segunda-feira, 11 de março de 2013

O disléxico na sala de aula... que desafios?

           
            É importante que o professor do ensino regular esteja atento de forma a identificar, precocemente, alunos com indícios de vir a desenvolver dificuldades no domínio da leitura e da escrita, pois com esse diagnóstico poderá encaminhar o aluno para uma eficaz reeducação, a desenvolver por professores e/ou técnicos especializados.
            O diagnóstico precoce possibilitará a necessária intervenção psicopedagógica aos alunos, mas também propiciará orientação ao professor, que venha a ser aconselhado pela equipa de profissionais que acompanhe a reeducação da criança. Esse profícuo diálogo que se estabeleça entre os dois: professor do ensino regular e professor especializado e/ou técnicos irá ser determinante para o sucesso do aluno. As orientações partilhadas pelos profissionais possibilitarão intervir na sala de aula com métodos e estratégias adequadas, visando minimizar as consequências futuras da dislexia no processo de aprendizagem dos seus alunos.
            Alguns aspetos facilitadores poderão ser introduzidos pelo professor como norte no processo académico e como ferramentas de auxílio aos alunos disléxicos, a saber: 
      -   A melhor abordagem perante um aluno disléxico é a multissensorial, isto é, o professor deve facilitar a aprendizagem socorrendo-se de todos os recursos (visual, auditivo, oral, táctil e cinestésico) disponíveis, desde que tenha consciência e critérios para a sua utilização.

     - Perceber e estimular as habilidades dos seus alunos, veiculando-lhes segurança e incrementando a autoestima, ao mesmo tempo que deve respeitar as suas ineficiências, procurando auxiliá-los de forma calma e segura, para que os alunos se sintam à-vontade para solicitar ajuda ou tirar dúvidas.

      - Desenvolver o prazer pela leitura, alternando a execução entre professor e aluno, devendo ser criteriosa a escolha dos títulos, tendo em consideração as possibilidades e interesses das várias faixas etárias.

     - Trabalhar sempre atividades que ampliem o conhecimento do vocabulário, assim como atividades que estimulem os alunos a escrever.

     - Explorar o seu mundo imaginário e suas habilidades práticas e criativas.

    - Elogiar, sempre que se justifique, as suas produções e manifestações criativas ou de ajuda em sala de aula.

    - Permitir e incentivar espaço para que outras habilidades do disléxicos possam destacar -se: atividades desportivas, manipulação de tecnologia, desenhos, arte em geral, teatro, música, fotografia, etc.

    -  É importante posicionar o disléxico nas primeiras mesas e garantir sempre que ele compreendeu a tarefa solicitada.

    -   Monitorar as suas anotações e a agenda, incentivando-o a utilizar este mecanismo.

     - Estimular a organização e disciplina para o trabalho.

     - Ensinar técnicas de estudo, como leitura seletiva, sínteses e mapas mentais ou conceptuais.

     - Desenvolver técnicas mnemónicas que favorecerão a memorização de fórmulas e conceitos.

     - Ensinar as regras ortográficas sempre aplicadas à prática, pois quando interiorizadas auxiliarão para codificar os vocábulos.

     - Permitir a gravação de aulas expositivas, visto que o disléxico apresenta dificuldades para anotar e prestar atenção ao mesmo tempo.

      - Dar tempo adequado, dependendo do trabalho a ser realizado, o disléxico despenderá mais tempo se a tarefa a realizar requerer leitura e escrita de textos ou livros.

       - Fazer provas orais e fornecer mais tempo para as provas que exijam leitura e escrita.

       - Garantir que o aluno entendeu os enunciados das questões.

       - Não descontar pontos por erros e/ou trocas ortográficas, mas trabalhar estas dificuldades com atividades paralelas.

       - Não exigir do disléxico leitura em voz alta.

       - Incentivar o uso do computador para redigir e o corretor de textos, pois estes recursos irão ser um importante auxílio no treino da soletração, na ortografia e na orientação espacial.

      - Possibilitar que o aluno apresente trabalhos de forma criativa, recorrendo a outras linguagens não verbais: diagramas, gráficos, gravuras, desenhos, colagens, vídeos, etc.

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